terça-feira, 26 de outubro de 2010

Viagem ao Passado

Quem disse que é impossível viajar no tempo errou. Por mais que eu goste de toda a teoria tecnológica a respeito do tema, o que me aconteceu hoje foi muito mais simples e também por isso, muito mais gostoso. Passei o dia com o meu padrinho de casamento, que por sinal foi meu colega de escola, isso por si só já te leva a lembrar de coisas passadas, e ainda fizemos algo que juramos nunca fazer: Voltar à escola depois de nos formarmos. Estávamos na casa dele, após terminar alguns afazeres quando tive a brilhante idéia e comentei - Pô, vamos lá na escola? - ele me indagou o motivo de tal estapafúrdia idéia e eu arrematei - Vamos ver quem ainda está lá dos nossos professores. - o que nunca me passou pela cabeça era a viagem que estava prestes a realizar.
Logo quando estacionei de fronte ao colégio, percebi que pouco ou quase nada havia mudado. Já havia passado na frente da escola antes, mas nunca reparara isso, era exatamente a mesma escola de seis anos atrás, o que denuncia um certo desleixo por parte de nosso Governador do Estado, de imediato viajei. Vi me ali parado há uns doze anos, eu tinha onze, estava ingressando a quinta série do ensino fundamental. muitas coisas aconteceram ali, minhas primeiras paixões, alguns amigos para toda a vida e muitas desventuras, sem mencionar a salivada no cabelo na menina e a suspensão no primeiro dia de aula.
Andando por aqueles corredores, muitas imagens me vieram à mente, meu primeiro beijo fora ali e muitos outros que se seguiram, lembrei do time de basquete, da antiga diretora, que recebera o apelido de nove e meio, devido à falta do pedaço de um dos dedos, vi alguns de meus professores e soube que infelizmente outros não estavam mais lá e talvez nem estejam mais entre nós. Revivi várias passagens de minha vida em instantes e imagens demasiadas gostosas brotavam do fundo da minha mente diante de meus olhos, era como um filme da vida real, e era a minha vida.
A diretora é a mesma de quando eu meu formei, Karen, ou O Diabo Loiro, éramos muito bons com apelidos, recordo-me que fui seu braço direito e mais respeitado do que ela mesma nos tempo de presidência do Grêmio Estudantil, olhando a quadra da escola, vi o time de basquete treinando, com a atenção dividida entre o treino e as meninas que chamavam nossos nomes e ofereciam-nos balas e pirulitos. Foi uma época muito boa em minha vida, e ficará para todo o sempre guardada na minha memória, e aqueles que fizeram parte destes dias, saibam que os carrego sempre comigo.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Meu egoísmo

Às vezes me pego com certos pensamentos incomuns, e me pergunto o que realmente vale a pena. Será que preciso de um carro do ano, ou de um apartamento maior, talvez uma amante ou qualquer coisa que possa afirmar a minha existência, afinal de contas para o que ou quem estamos aqui? Talvez seja a pergunta do século, e como já citei em outra oportunidade, eu odeio clichês, então logo tiro isso da cabeça. Hoje tive uma notícia verdadeiramente ruim, apesar do ótimo dia de trabalho e de alguns bons negócios, foi algo que me derrubou.
Eu costumo dizer que família é boa quando está longe, mas nunca desejei estar tão próximo quanto desejo nesse momento, enquanto escrevo essas linhas e tento de alguma forma amenizar o impacto da notícia, minhas irmãs e minha mãe, consolam minha irmã mais velha pela perda de seu filho. Não sabíamos o sexo e não tinha nome definido, mas já era parte da nossa família, uma partizinha que viria numa hora para devolver-nos aos eixos, eixos esses que sumiram após a morte do nosso pai. E isso me leva de volta a pergunta: Afinal para que diabos estamos aqui? Se temos o direito de ser feliz, posso dizer que a felicidade não vem a cavalo, claro que enquanto eu reclamo pela minha perda o mundo rui, mas para falar a verdade, hoje estou um pouco egoísta.
Poxa, estava tudo indo tão bem, penso que é muito bom ter Deus no coração nessa hora, mas ele podia ter nos dado essa felicidade. Acredito que Ele tem seus desígnios, mas podia ter deixado essa passar. Sou um cara otimista, e como queríamos um menino que se chamaria Renato (um dos últimos pedidos do meu pai era esse), vou chamá-lo assim. Ele não havia nem chego ao mundo e já era muito amado, odeio escrever no passado, dá uma aparência melancólica ao texto, mas hoje estou um pouco egoísta.
Não queria escrever sobre isso, mas tem algum tempo que não escrevo nada e essa notícia realmente acabou comigo. Ao menos posso pensar que o Renato terá alguém para brincar, aposto que meu pai irá adorar recebê-lo no céu.

domingo, 10 de outubro de 2010

Proibido

Diz o velho ditado - Tudo o que é proibido, é mais gostoso - Quisera eu que fosse mentira esse dito popular. Devemos ter alguma espécie de atração fatal por tudo o que não nos é permitido, às vezes me pergunto o motivo dessa vontade de experimentar algo que nos é impedido, mas o corpo coça, as mãos tremem, ficamos positivamente excitados em uma situação assim. O mais curioso, parece que não medimos o risco ao qual estamos nos submetendo e só após o alivio de ver-se livre de encrencas é que pensamos - Caramba, eu podia ter me ferrado. - Se ao menos tivemos a chance de pensar assim, é porque deu tudo certo.
Sempre ouvi dizer que a mão queimada ensina melhor do que a teoria sobre o fogo, e isso prova ser muito verdadeiro, quando aplicamos ao nosso cotidiano, quantas vezes não ouvimos nossos pais dizerem para não fazermos algo, ou fazermos de uma outra maneira e nunca damos ouvidos a eles, o que acontece? Nos damos mal. Parece que os pais tem uma bola de cristal para saber quando iremos passar por maus bocados, e mesmo assim teimamos em não ouvi-los. Talvez um dia eu tenha esse sexto sentido ou essa bola de cristal, e aí quem sabe possa evitar esse tipo de situação.
Voltando ao proibido e gostoso, quem nunca arriscou uns beijos mais ardentes na sala da casa da namorada, ou  nas escadas do prédio, são situações perigosas e muito gostosas, ou então sair com a filha do Capitão Nascimento, embora seja um risco que eu preferiria não correr, seria particularmente prazeroso. Talvez o mais gostoso dos proibidos seja dormir no trabalho, você evita uma coisa que não quer fazer e faz uma que adora. Eu faço algumas coisas que me são proibidas, uma delas é escrever particularidades nesse blog, minha esposa fica uma fera. Não posso dizer nem que é engraçado, muitas vezes fazer algo proibido custa vidas. Tudo tem limites, e certos limites merecem ser respeitados, e olha que nunca fui um cara respeitador de limites, mas sempre amei minha vida. Vamos nos divertir ao máximo, respeitando os limites que merecem respeito, o resto... bom o resto é resto.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Dilemas de um escritor

Sempre achei que a vida de um escritor era muito agitada, com festas, autógrafos e tudo mais. Agora que eu também escrevo e pretendo lançar um livro vejo que não é bem assim. Pra começar, um escritor amador, tem que ter um emprego para sobreviver, ou seja, já não se dedica tempo integral ao que realmente gosta e quando pode escrever, está cansado, o que reduz exponencialmente as possibilidades de sair algo bom. Consegui um novo emprego, que rouba grande parte do meu tempo, mas apesar de tudo o que tem impedido os meus devaneios à frente do PC, é a falta de inspiração, não sei se está relacionada ao cansaço físico e mental ao qual estou me submetendo, o fato é que não tenho conseguido escrever, o que me entristece muito, eu adoro escrever.
Estive pensando, quantos bons escritores nunca aparecem por conta disso? Quantos bons escritores nunca publicam e quantos nunca nem descobrem que são bons escritores? Num país como o Brasil, talvez a grande maioria nem descubra mesmo, é duro pensar assim, gostaria que nosso Brasil, tão bom em vários aspectos fosse também um país onde pudéssemos crescer com educação de qualidade, sem ter que pagar valores exorbitantes para isso. Voltando à realidade (ou pelo menos à minha), escrever é algo que me eleva, faz com que tire muitas coisas da cabeça, é como se tudo o mais não importasse, somos só eu e o computador. Devaneios à parte, gostaria de saber, quem tem coragem de investir em educação de qualidade no Brasil, vejo todos falando em saúde, transporte, salário, mas o que realmente importa que é EDUCAÇÃO, falam muito pouco. Eu não gosto de falar de política, mas a verdade é que nossos políticos querem que sejamos burros, enquanto a população for ignorante, continuará vendendo seu voto, seja de qualquer maneira.
Quisera um Brasil onde os escritores brotam com a facilidade de um jogador de futebol, e onde possamos viver sabendo que nossos herdeiros terão algo de bom para usufruir.