quarta-feira, 20 de junho de 2012

Sopro de Vida

Quem sabe o que o planeta nos reserva? E dificil saber o que esta por vir quando tratamos tal  mal, pra nao dizer destruímos, algo que deveriamos dar nossas vidas para preservar.  
O  fato é, o mundo está em vias de fato de pedir "água", e talvez nem haja mais tempo para fazer nada. Apesar de tanta comoção a respeito de responsabilidade ambiental, o que eu vejo é, nada mais que marketing barato. Aliás, barato não porque custará a  vida do mundo.
Muito embora eu acredite que o mundo já esteja condenado, recentemente pude presenciar algo que colocou um pouco de esperança nesse coração incrédulo, e quem conhece São Paulo há de concordar comigo. Nessa cidade tradicionalmente cinza, impetuosa e sentimentalmente pobre, onde tudo está corrompido ou deturpado, onde as águas dos rios (na sua maioria canalizados) há muito trocaram seu alegre canto por lamentos profundos. Certo dia quando me dirigia ao trabalho, notei que uma ave branca, de razoável envergadura, acompanhava o onibus em que eu estava. A princípio julguei se tratar de um pombo e  não dei a devida atenção, foi quando a vi mergulhar num lugar inusitado para um pombo e por isso resolvi dar uma olhada.
Para minha sorte e bel prazer o onibus parou e pude ver a garça repousando nas águas, nem tão sujas assim, de um pequeno córrego que a avenida sufocou, mas ainda tem algum trecho que pode ser visto, teimoso, lutando contra todo aquele tom cinza morte. Aquela ave,  pra mim, foi prova suficiente de que o planeta ainda respira, com ajuda de aparelhos, mas se aquele sopro de vida despertou até mesmo em mim alguma esperança, talvez ainda haja algo pelo que valha a pena lutar.

domingo, 3 de julho de 2011

Mudanças

Mudar é bom, nem sempre ou talvez nunca é fácil, mas é muito bom. Algo essencial na vida e para a vida, já dizia Lavoisier: "Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma." Passamos por muitas mutações ao longo de nossa curta estadia no mundo, e às vezes me pergunto se um dia poderei me acomodar, talvez não, mas agora estou decidido a mudar novamente. No decorrer de meus quase 25 anos precisei tomar decisões importantes, que mudariam radicalmente minha vida, e sempre escolhi a mais difícil, talvez seja meu destino escolher os caminhos mais árduos, ou talvez seja apenas burrice, o fato é que, estamos em constante desenvolvimento, aprendendo, errando, acertando, mas normalmente não sabemos o que iremos nos tornar. 


Essa comuta constante me leva a loucura, penso que logo não serei mais eu. Tenho experimentado algumas transformações (ou seria transtornações?) e parece que perco um pouco da minha identidade, mas na verdade acredito apenas estar amadurecendo (algo comum na minha idade), e não me transmutando em um ser de outro mundo. Na verdade toda essa introdução foi para dizer que me demiti do meu emprego e estou iniciando em outro, com um medo danado de dar algo errado. Por outro lado, não acredito que possa acontecer tal coisa, afinal estou regressando à minha área (finanças) lugar do qual não deveria ter saído e apesar de estar muito contente por não precisar acordar às seis da manhã no domingo, estou saudoso do ambiente que abandonei.


Sentirei falta daquela turma me importunando, me chamando de fofo, tirando onda com o fato de eu ter um coelho, apesar de todos os pesares, isso era muito bom. Foi curioso a minha demissão, cheguei na loja no sábado pela manhã, participei da reunião matinal e tudo mais, era um dia de trabalho normal, só eu sabia o que estava por vir, mas depois de anunciar que a partir daquele momento, eu não era mais parte daquela equipe, percebi que não queria ir embora. Fiquei ainda por quase duas horas na loja, até que enfim criei coragem, subi no carro e parti para outra. Mudar é bom, mas não é fácil não. 

domingo, 15 de maio de 2011

Educação ou falta de...

Bom, primeiro de tudo, quero deixar claro que, a despeito do título, não falarei sobre política. Aconteceu-me algo que me fez lembrar de algumas situações engraçadas ou constrangedoras que achei que valeria a pena relatar. Tem tanto tempo que não escrevo nada que estou até receoso, para não dizer com medo. 


Quem nunca teve problemas relacionados à falta de educação alheia? Acho que a resposta para essa questão é: Absolutamente ninguém; o maior mal do mundo moderno não é o stress, é a falta de educação ou respeito, como preferirem. Aconteceu há alguns anos, eu ia até a casa da minha avó tocar violão com meu primo, era um belo domingo de sol, o tempo estava agradável, nem muito quente nem muito frio, se bem me lembro era outono próximo ao meio do ano, maio talvez junho. À época eu não tinha muito dinheiro e estava sem minha bike, então  caminhei até o terminal de ônibus para poder embarcar sentido à casa da minha avó. Sempre adorei caminhar e naquela manhã prazerosa me senti tão bem ao fazê-lo, porém, apesar de ser domingo passei um mal bocado, quando enfim cheguei ao ponto final, embarquei de imediato pois o ônibus encontrava-se prestes à partir e logo ao embarcar percebi que talvez fosse melhor esperar o próximo.


Como era domingo os coletivos têm um intervalo de tempo maior e eu estava com pressa (almoço de domingo na casa da avó não dá para perder), permaneci dentro do mesmo. à primeira vista o ônibus me pareceu abarrotado, simplesmente não havia como passar da roleta, só então percebi (depois de tomar um pouco de fôlego por precisar correr uns cinquenta metros e não perder a condução), que ele estava na verdade vazio, da roleta para trás, pois na frente me senti invadindo um asilo, só havia eu com menos de sessenta anos no ônibus, até o motorista e o cobrador eram de idade. Nunca tive nada contra idosos até esse dia fatídico, precisava passar a catraca, havia caminhado por cerca de trinta minutos com o violão nas costas, eu aguentaria a viagem, que dura por volta de uma hora numa boa, mas queria descansar as pernas. Cheguei ao primeiro dos distintos senhores e falei com exatas palavras - Bom dia, o senhor pode me dar licença? - no que prontamente fui retorquido com a seguinte afirmação - Murche a barriga que você passa! - eu no auge na minha juventude nem tinha barriga para murchar, segurei firme na alça da capa do violão e abri caminho em meio aos idosos que riam da resposta. Só lembro de sentir o violão sendo puxado para trás quando acertou a cabeça do senhor que me negou a passagem.


Não me orgulho disso, mas ele acabou com um dia que até então era muito bom. Outra situação irritante: Sexta-feira, você sai do trabalho cansado, agradecendo a Deus o final de semana que se avizinha, embarca no bumba, briga de tapas para conseguir um assento e quando acha que tudo acabará bem começa a ouvir: Ela sobe, ela senta, ela pula, ela gira - e outras obscenidades do funk que dois rapazes fazem questão de ouvir a todo volume no celular comprado em 124 parcelas num grande magazine. Sempre me pergunto o porque dessas pessoas fazerem questão de não usarem fones de ouvidos, mas eu me vinguei. Certa vez, passava pela situação descrita com um amigo fumante, eu não fumo mas fiz questão de acender um cigarro (sim dentro do busão lotado) e quando ordenado a apagar aquele instrumento de fedentina, argumentei o seguinte - Existem dois sinais na entrada do ônibus, um diz proibido fumar e o outro proibido o uso de aparelhos sonoros, apaguei o cigarro quando desligarem a música! - Não houve contra argumento e logo reinava a paz no coletivo, cigarro apagado e música desligada.


Esses são apenas dois relatos de muitos que eu poderia fazer, não vou nem citar agora quando me acidentei e precisei usar os locais de estacionamento reservado à pessoas com mobilidade reduzida, deixemos isso para outro dia.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Peripécias

É incrível a capacidade de moleques sempre serem moleques. Eu como um bom moleque que fui, tenho algumas histórias para contar e aqui vai mais uma. Era uma sexta-feira, eu tinha por volta de treze anos e na rua de casa havia uma pequena galera, éramos todos muito amigos, mas haviam também algumas garotas. Eu estava naquela idade de paquerar, namorar e era afim de uma das meninas da rua, porém o que me aconteceu neste dia reduziu amargamente as minhas chances.
Estávamos de férias da escola, então passamos o dia na rua entre brincadeiras, jogos de futebol, taco, rouba bandeira, etc e assim veio o anoitecer, o problema é que no verão em São Paulo normalmente a noite vem acompanhada de chuva e assim acabou nosso dia um pouco mais cedo. Muito criativos que somos até hoje resolvemos nos juntar para um jogo que só é jogado quando há algum interesse escuso, o Jogo da Verdade. Não sou muito bom em jogos mas adorava esse, principalmente porque a garota que eu era afim certamente participaria, era uma oportunidade de alguém me impingir o "castigo" de beija-lá, castigo que era corriqueiro.
Só havia uma regra, a cada três verdades um desafio, então para não dar bandeira pedi as três verdades, minha sorte mudou quando na hora de encarar o desafio, a pessoa que o escolheria era um amigo que era afim da mesma moça, claro que ele não ia mandar eu beija-lá, então já imaginei que teria que pagar um mico. Mas a sacanagem imperou e o mico virou um gorila, na verdade um King Kong, ele me pediu que corresse nu pelo quarteirão de casa, no meio da tempestade e para piorar eu tenho um certo problema com trovões.
Minhas escolhas eram bastante simples, aceitar o desafio ou apanhar de todos até eles cansarem de bater, eu posso ser muitas coisas mas burro também não né. Logo estava despido e pronto para iniciar minha jornada, contei - Um, dois, três! - e parti em disparada, abri o portão e subi a rua, só que errei na escolha do lado e acabei indo pelo com maior aclive, quando acabou a subida já não tinha pernas para correr, então passei a caminhar, nú em pelo. Ainda bem que chovia muito e tive a sorte de não cruzar com ninguém no caminho, seria encrenca certa. Completei a volta e entrei pelo portão, agarrei a primeira toalha e me sequei, logo estava de volta ao jogo. Essa passou.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Viagem ao Passado

Quem disse que é impossível viajar no tempo errou. Por mais que eu goste de toda a teoria tecnológica a respeito do tema, o que me aconteceu hoje foi muito mais simples e também por isso, muito mais gostoso. Passei o dia com o meu padrinho de casamento, que por sinal foi meu colega de escola, isso por si só já te leva a lembrar de coisas passadas, e ainda fizemos algo que juramos nunca fazer: Voltar à escola depois de nos formarmos. Estávamos na casa dele, após terminar alguns afazeres quando tive a brilhante idéia e comentei - Pô, vamos lá na escola? - ele me indagou o motivo de tal estapafúrdia idéia e eu arrematei - Vamos ver quem ainda está lá dos nossos professores. - o que nunca me passou pela cabeça era a viagem que estava prestes a realizar.
Logo quando estacionei de fronte ao colégio, percebi que pouco ou quase nada havia mudado. Já havia passado na frente da escola antes, mas nunca reparara isso, era exatamente a mesma escola de seis anos atrás, o que denuncia um certo desleixo por parte de nosso Governador do Estado, de imediato viajei. Vi me ali parado há uns doze anos, eu tinha onze, estava ingressando a quinta série do ensino fundamental. muitas coisas aconteceram ali, minhas primeiras paixões, alguns amigos para toda a vida e muitas desventuras, sem mencionar a salivada no cabelo na menina e a suspensão no primeiro dia de aula.
Andando por aqueles corredores, muitas imagens me vieram à mente, meu primeiro beijo fora ali e muitos outros que se seguiram, lembrei do time de basquete, da antiga diretora, que recebera o apelido de nove e meio, devido à falta do pedaço de um dos dedos, vi alguns de meus professores e soube que infelizmente outros não estavam mais lá e talvez nem estejam mais entre nós. Revivi várias passagens de minha vida em instantes e imagens demasiadas gostosas brotavam do fundo da minha mente diante de meus olhos, era como um filme da vida real, e era a minha vida.
A diretora é a mesma de quando eu meu formei, Karen, ou O Diabo Loiro, éramos muito bons com apelidos, recordo-me que fui seu braço direito e mais respeitado do que ela mesma nos tempo de presidência do Grêmio Estudantil, olhando a quadra da escola, vi o time de basquete treinando, com a atenção dividida entre o treino e as meninas que chamavam nossos nomes e ofereciam-nos balas e pirulitos. Foi uma época muito boa em minha vida, e ficará para todo o sempre guardada na minha memória, e aqueles que fizeram parte destes dias, saibam que os carrego sempre comigo.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Meu egoísmo

Às vezes me pego com certos pensamentos incomuns, e me pergunto o que realmente vale a pena. Será que preciso de um carro do ano, ou de um apartamento maior, talvez uma amante ou qualquer coisa que possa afirmar a minha existência, afinal de contas para o que ou quem estamos aqui? Talvez seja a pergunta do século, e como já citei em outra oportunidade, eu odeio clichês, então logo tiro isso da cabeça. Hoje tive uma notícia verdadeiramente ruim, apesar do ótimo dia de trabalho e de alguns bons negócios, foi algo que me derrubou.
Eu costumo dizer que família é boa quando está longe, mas nunca desejei estar tão próximo quanto desejo nesse momento, enquanto escrevo essas linhas e tento de alguma forma amenizar o impacto da notícia, minhas irmãs e minha mãe, consolam minha irmã mais velha pela perda de seu filho. Não sabíamos o sexo e não tinha nome definido, mas já era parte da nossa família, uma partizinha que viria numa hora para devolver-nos aos eixos, eixos esses que sumiram após a morte do nosso pai. E isso me leva de volta a pergunta: Afinal para que diabos estamos aqui? Se temos o direito de ser feliz, posso dizer que a felicidade não vem a cavalo, claro que enquanto eu reclamo pela minha perda o mundo rui, mas para falar a verdade, hoje estou um pouco egoísta.
Poxa, estava tudo indo tão bem, penso que é muito bom ter Deus no coração nessa hora, mas ele podia ter nos dado essa felicidade. Acredito que Ele tem seus desígnios, mas podia ter deixado essa passar. Sou um cara otimista, e como queríamos um menino que se chamaria Renato (um dos últimos pedidos do meu pai era esse), vou chamá-lo assim. Ele não havia nem chego ao mundo e já era muito amado, odeio escrever no passado, dá uma aparência melancólica ao texto, mas hoje estou um pouco egoísta.
Não queria escrever sobre isso, mas tem algum tempo que não escrevo nada e essa notícia realmente acabou comigo. Ao menos posso pensar que o Renato terá alguém para brincar, aposto que meu pai irá adorar recebê-lo no céu.

domingo, 10 de outubro de 2010

Proibido

Diz o velho ditado - Tudo o que é proibido, é mais gostoso - Quisera eu que fosse mentira esse dito popular. Devemos ter alguma espécie de atração fatal por tudo o que não nos é permitido, às vezes me pergunto o motivo dessa vontade de experimentar algo que nos é impedido, mas o corpo coça, as mãos tremem, ficamos positivamente excitados em uma situação assim. O mais curioso, parece que não medimos o risco ao qual estamos nos submetendo e só após o alivio de ver-se livre de encrencas é que pensamos - Caramba, eu podia ter me ferrado. - Se ao menos tivemos a chance de pensar assim, é porque deu tudo certo.
Sempre ouvi dizer que a mão queimada ensina melhor do que a teoria sobre o fogo, e isso prova ser muito verdadeiro, quando aplicamos ao nosso cotidiano, quantas vezes não ouvimos nossos pais dizerem para não fazermos algo, ou fazermos de uma outra maneira e nunca damos ouvidos a eles, o que acontece? Nos damos mal. Parece que os pais tem uma bola de cristal para saber quando iremos passar por maus bocados, e mesmo assim teimamos em não ouvi-los. Talvez um dia eu tenha esse sexto sentido ou essa bola de cristal, e aí quem sabe possa evitar esse tipo de situação.
Voltando ao proibido e gostoso, quem nunca arriscou uns beijos mais ardentes na sala da casa da namorada, ou  nas escadas do prédio, são situações perigosas e muito gostosas, ou então sair com a filha do Capitão Nascimento, embora seja um risco que eu preferiria não correr, seria particularmente prazeroso. Talvez o mais gostoso dos proibidos seja dormir no trabalho, você evita uma coisa que não quer fazer e faz uma que adora. Eu faço algumas coisas que me são proibidas, uma delas é escrever particularidades nesse blog, minha esposa fica uma fera. Não posso dizer nem que é engraçado, muitas vezes fazer algo proibido custa vidas. Tudo tem limites, e certos limites merecem ser respeitados, e olha que nunca fui um cara respeitador de limites, mas sempre amei minha vida. Vamos nos divertir ao máximo, respeitando os limites que merecem respeito, o resto... bom o resto é resto.