quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Peripécias

É incrível a capacidade de moleques sempre serem moleques. Eu como um bom moleque que fui, tenho algumas histórias para contar e aqui vai mais uma. Era uma sexta-feira, eu tinha por volta de treze anos e na rua de casa havia uma pequena galera, éramos todos muito amigos, mas haviam também algumas garotas. Eu estava naquela idade de paquerar, namorar e era afim de uma das meninas da rua, porém o que me aconteceu neste dia reduziu amargamente as minhas chances.
Estávamos de férias da escola, então passamos o dia na rua entre brincadeiras, jogos de futebol, taco, rouba bandeira, etc e assim veio o anoitecer, o problema é que no verão em São Paulo normalmente a noite vem acompanhada de chuva e assim acabou nosso dia um pouco mais cedo. Muito criativos que somos até hoje resolvemos nos juntar para um jogo que só é jogado quando há algum interesse escuso, o Jogo da Verdade. Não sou muito bom em jogos mas adorava esse, principalmente porque a garota que eu era afim certamente participaria, era uma oportunidade de alguém me impingir o "castigo" de beija-lá, castigo que era corriqueiro.
Só havia uma regra, a cada três verdades um desafio, então para não dar bandeira pedi as três verdades, minha sorte mudou quando na hora de encarar o desafio, a pessoa que o escolheria era um amigo que era afim da mesma moça, claro que ele não ia mandar eu beija-lá, então já imaginei que teria que pagar um mico. Mas a sacanagem imperou e o mico virou um gorila, na verdade um King Kong, ele me pediu que corresse nu pelo quarteirão de casa, no meio da tempestade e para piorar eu tenho um certo problema com trovões.
Minhas escolhas eram bastante simples, aceitar o desafio ou apanhar de todos até eles cansarem de bater, eu posso ser muitas coisas mas burro também não né. Logo estava despido e pronto para iniciar minha jornada, contei - Um, dois, três! - e parti em disparada, abri o portão e subi a rua, só que errei na escolha do lado e acabei indo pelo com maior aclive, quando acabou a subida já não tinha pernas para correr, então passei a caminhar, nú em pelo. Ainda bem que chovia muito e tive a sorte de não cruzar com ninguém no caminho, seria encrenca certa. Completei a volta e entrei pelo portão, agarrei a primeira toalha e me sequei, logo estava de volta ao jogo. Essa passou.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Viagem ao Passado

Quem disse que é impossível viajar no tempo errou. Por mais que eu goste de toda a teoria tecnológica a respeito do tema, o que me aconteceu hoje foi muito mais simples e também por isso, muito mais gostoso. Passei o dia com o meu padrinho de casamento, que por sinal foi meu colega de escola, isso por si só já te leva a lembrar de coisas passadas, e ainda fizemos algo que juramos nunca fazer: Voltar à escola depois de nos formarmos. Estávamos na casa dele, após terminar alguns afazeres quando tive a brilhante idéia e comentei - Pô, vamos lá na escola? - ele me indagou o motivo de tal estapafúrdia idéia e eu arrematei - Vamos ver quem ainda está lá dos nossos professores. - o que nunca me passou pela cabeça era a viagem que estava prestes a realizar.
Logo quando estacionei de fronte ao colégio, percebi que pouco ou quase nada havia mudado. Já havia passado na frente da escola antes, mas nunca reparara isso, era exatamente a mesma escola de seis anos atrás, o que denuncia um certo desleixo por parte de nosso Governador do Estado, de imediato viajei. Vi me ali parado há uns doze anos, eu tinha onze, estava ingressando a quinta série do ensino fundamental. muitas coisas aconteceram ali, minhas primeiras paixões, alguns amigos para toda a vida e muitas desventuras, sem mencionar a salivada no cabelo na menina e a suspensão no primeiro dia de aula.
Andando por aqueles corredores, muitas imagens me vieram à mente, meu primeiro beijo fora ali e muitos outros que se seguiram, lembrei do time de basquete, da antiga diretora, que recebera o apelido de nove e meio, devido à falta do pedaço de um dos dedos, vi alguns de meus professores e soube que infelizmente outros não estavam mais lá e talvez nem estejam mais entre nós. Revivi várias passagens de minha vida em instantes e imagens demasiadas gostosas brotavam do fundo da minha mente diante de meus olhos, era como um filme da vida real, e era a minha vida.
A diretora é a mesma de quando eu meu formei, Karen, ou O Diabo Loiro, éramos muito bons com apelidos, recordo-me que fui seu braço direito e mais respeitado do que ela mesma nos tempo de presidência do Grêmio Estudantil, olhando a quadra da escola, vi o time de basquete treinando, com a atenção dividida entre o treino e as meninas que chamavam nossos nomes e ofereciam-nos balas e pirulitos. Foi uma época muito boa em minha vida, e ficará para todo o sempre guardada na minha memória, e aqueles que fizeram parte destes dias, saibam que os carrego sempre comigo.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Meu egoísmo

Às vezes me pego com certos pensamentos incomuns, e me pergunto o que realmente vale a pena. Será que preciso de um carro do ano, ou de um apartamento maior, talvez uma amante ou qualquer coisa que possa afirmar a minha existência, afinal de contas para o que ou quem estamos aqui? Talvez seja a pergunta do século, e como já citei em outra oportunidade, eu odeio clichês, então logo tiro isso da cabeça. Hoje tive uma notícia verdadeiramente ruim, apesar do ótimo dia de trabalho e de alguns bons negócios, foi algo que me derrubou.
Eu costumo dizer que família é boa quando está longe, mas nunca desejei estar tão próximo quanto desejo nesse momento, enquanto escrevo essas linhas e tento de alguma forma amenizar o impacto da notícia, minhas irmãs e minha mãe, consolam minha irmã mais velha pela perda de seu filho. Não sabíamos o sexo e não tinha nome definido, mas já era parte da nossa família, uma partizinha que viria numa hora para devolver-nos aos eixos, eixos esses que sumiram após a morte do nosso pai. E isso me leva de volta a pergunta: Afinal para que diabos estamos aqui? Se temos o direito de ser feliz, posso dizer que a felicidade não vem a cavalo, claro que enquanto eu reclamo pela minha perda o mundo rui, mas para falar a verdade, hoje estou um pouco egoísta.
Poxa, estava tudo indo tão bem, penso que é muito bom ter Deus no coração nessa hora, mas ele podia ter nos dado essa felicidade. Acredito que Ele tem seus desígnios, mas podia ter deixado essa passar. Sou um cara otimista, e como queríamos um menino que se chamaria Renato (um dos últimos pedidos do meu pai era esse), vou chamá-lo assim. Ele não havia nem chego ao mundo e já era muito amado, odeio escrever no passado, dá uma aparência melancólica ao texto, mas hoje estou um pouco egoísta.
Não queria escrever sobre isso, mas tem algum tempo que não escrevo nada e essa notícia realmente acabou comigo. Ao menos posso pensar que o Renato terá alguém para brincar, aposto que meu pai irá adorar recebê-lo no céu.

domingo, 10 de outubro de 2010

Proibido

Diz o velho ditado - Tudo o que é proibido, é mais gostoso - Quisera eu que fosse mentira esse dito popular. Devemos ter alguma espécie de atração fatal por tudo o que não nos é permitido, às vezes me pergunto o motivo dessa vontade de experimentar algo que nos é impedido, mas o corpo coça, as mãos tremem, ficamos positivamente excitados em uma situação assim. O mais curioso, parece que não medimos o risco ao qual estamos nos submetendo e só após o alivio de ver-se livre de encrencas é que pensamos - Caramba, eu podia ter me ferrado. - Se ao menos tivemos a chance de pensar assim, é porque deu tudo certo.
Sempre ouvi dizer que a mão queimada ensina melhor do que a teoria sobre o fogo, e isso prova ser muito verdadeiro, quando aplicamos ao nosso cotidiano, quantas vezes não ouvimos nossos pais dizerem para não fazermos algo, ou fazermos de uma outra maneira e nunca damos ouvidos a eles, o que acontece? Nos damos mal. Parece que os pais tem uma bola de cristal para saber quando iremos passar por maus bocados, e mesmo assim teimamos em não ouvi-los. Talvez um dia eu tenha esse sexto sentido ou essa bola de cristal, e aí quem sabe possa evitar esse tipo de situação.
Voltando ao proibido e gostoso, quem nunca arriscou uns beijos mais ardentes na sala da casa da namorada, ou  nas escadas do prédio, são situações perigosas e muito gostosas, ou então sair com a filha do Capitão Nascimento, embora seja um risco que eu preferiria não correr, seria particularmente prazeroso. Talvez o mais gostoso dos proibidos seja dormir no trabalho, você evita uma coisa que não quer fazer e faz uma que adora. Eu faço algumas coisas que me são proibidas, uma delas é escrever particularidades nesse blog, minha esposa fica uma fera. Não posso dizer nem que é engraçado, muitas vezes fazer algo proibido custa vidas. Tudo tem limites, e certos limites merecem ser respeitados, e olha que nunca fui um cara respeitador de limites, mas sempre amei minha vida. Vamos nos divertir ao máximo, respeitando os limites que merecem respeito, o resto... bom o resto é resto.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Dilemas de um escritor

Sempre achei que a vida de um escritor era muito agitada, com festas, autógrafos e tudo mais. Agora que eu também escrevo e pretendo lançar um livro vejo que não é bem assim. Pra começar, um escritor amador, tem que ter um emprego para sobreviver, ou seja, já não se dedica tempo integral ao que realmente gosta e quando pode escrever, está cansado, o que reduz exponencialmente as possibilidades de sair algo bom. Consegui um novo emprego, que rouba grande parte do meu tempo, mas apesar de tudo o que tem impedido os meus devaneios à frente do PC, é a falta de inspiração, não sei se está relacionada ao cansaço físico e mental ao qual estou me submetendo, o fato é que não tenho conseguido escrever, o que me entristece muito, eu adoro escrever.
Estive pensando, quantos bons escritores nunca aparecem por conta disso? Quantos bons escritores nunca publicam e quantos nunca nem descobrem que são bons escritores? Num país como o Brasil, talvez a grande maioria nem descubra mesmo, é duro pensar assim, gostaria que nosso Brasil, tão bom em vários aspectos fosse também um país onde pudéssemos crescer com educação de qualidade, sem ter que pagar valores exorbitantes para isso. Voltando à realidade (ou pelo menos à minha), escrever é algo que me eleva, faz com que tire muitas coisas da cabeça, é como se tudo o mais não importasse, somos só eu e o computador. Devaneios à parte, gostaria de saber, quem tem coragem de investir em educação de qualidade no Brasil, vejo todos falando em saúde, transporte, salário, mas o que realmente importa que é EDUCAÇÃO, falam muito pouco. Eu não gosto de falar de política, mas a verdade é que nossos políticos querem que sejamos burros, enquanto a população for ignorante, continuará vendendo seu voto, seja de qualquer maneira.
Quisera um Brasil onde os escritores brotam com a facilidade de um jogador de futebol, e onde possamos viver sabendo que nossos herdeiros terão algo de bom para usufruir.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Diário

Sempre achei curioso e ligeiramente perigoso esse artigo, na sua maioria, feminino. Certa vez até me arrisquei a escrever um, não preciso dizer que fui infeliz não é?! O curioso sobre diários é que, na verdade ele nunca guarda algo como um segredo mortal ou a solução de um mistério para a polícia, mas para quem o escreve, é mais valioso que uma pilha de ouro, e para os irmãos mais velhos vale duas pilhas. Lembro a primeira vez que escrevi no meu diário, tinha 09 anos e estava trancado no carro com avó, esperando a meia-irmã do meu pai na escola, ele tinha uma Brasília e no rádio tocava uma moda de viola que ele rudemente entoava em dueto com o aparelho, eu no alge da minha infância odiava tudo aquilo e posso garantir que teria pulado fora do carro se este tivesse 4 portas. Como não o tinha, resisti bravamente àquela tortura psicológica e resolvi escrever no meu diário, pobre coitado.
Outra coisa que me incomoda nos diários é o valor que eles tem para os outros, principalmente em se tratando de irmãos mais velhos, por sorte eu só tive irmãs, mas meus amigos fizeram as vezes de me amolarem por causa do citado. E olha que como homem, ou menino na época, eu nem colocava nada de extraordinário nele, só os acontecimentos do dia e mesmo assim, todos os dias alguém queria ler, e sempre que alguém o lia eu tinha problemas. O legal dos diários é mesmo pegar o de alguém, minhas irmãs viravam verdadeiras feras quando eu as ameaçava com algum artigo interessante que lera nas suas páginas. Sempre relacionado a algum carinha da escola ou da rua e eu me divertia. Digo que podem ser perigosos, porque tentar ler o diário de uma menina pode levar à uma morte lenta e dolorosa se for pego com a boca na butija, se der sorte isso não acontecerá, mas se acontecer que Deus lhe proteja. Certa vez uma das minhas irmãs me pegou abrindo o diário e não preciso nem contar que tomei uma vassourada, porque na verdade até hoje não sei ao certo se era mesmo uma vassoura. Na verdade nunca vi muita utilidade em diários (além de irritar os outros) e com a internet e os computadores eles definitivamente serão aposentados. Prefiro assim, meu blog está virando uma espécie de diário, mas aqui a intenção é ser lido e quando não quiser que aconteça, posso colocar uma senha ou algo do tipo, os irmãos mais velhos dos novos tempos terão que arrumar novos passatempos para chatear os menores não é?

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Primeiro dia de aula

Quem nunca aprontou na escola? Eu sempre fui um garoto calmo, mas sempre fui um garoto e no período escolar fazemos coisas que até Deus duvida, e eu não era diferente. Aconteceu há uns 12 anos atrás, eu acabara de ingressar na quinta série do ensino fundamental e foi o primeiro ano meu e de um dos meus melhores amigos na escola e alguem teve a (in)feliz idéia de pedir para a diretora nos colocar na mesma sala. Nos conhecemos desde os três anos de idade, somos praticamente irmãos tudo que havíamos feito de bom e de ruim tinha sido juntos, e ainda assim alguém se superou ao colocar-nos na mesma sala.
O curioso é que a diretora acatou tal pedido, será que ela não imaginou o que estaria por vir, ou por ver nossas carinhas de anjos (na época) achou que éramos inofencivos? De qualquer modo, fomos matriculados na mesma turma. Quisera eu que meus sonhos de ter um ano tranquilo na escola nova fossem bem sucedidos, e já naquela época eu odiava estar errado. Era para ser um ano de descobertas, começavam a crescer pelos pubianos, eu começara a olhar para as garotas de outra maneira e logo no primeiro, sim no PRIMEIRO dia de aula, eu me dou mal. Na verdade isso me rendeu algumas admiradoras num futuro não muito distante, mas acabou com minhas chances com a garota que eu cobiçava. Vou explicar como eu planejei aquele ano.
No primeiro dia de aula, eu olharia as garotas e decidiria qual eu passaria o ano tentando conquistar, listaria três no caso de haver algum contratempo, como um pai policial ou a escolhida mudar de escola. Decidido isso, passaria a pensar na estratégia de conquista, infelizmente não pude avançar nos meus planos, e vocês saberão o motivo. Naquele fatídico dia, assistimos às três primeiras aulas normalmente e após fomos para o intervalo, naquele tempo ainda chamávamos de recreio. Eu estava faminto e fui até a cozinha ver o menu do dia. Para minha surpresa e felicidade, serviam pão com carne louca e eu amo, comi uns três. Acabado o recreio subimos para a sala de aula e como eu não tinha planos de comer na escola, percebi que esquecera a escova de dentes, tive uma luta épica com um fio de carne encrustado entre os incisivos superiores, vulgarmente conhecido como "atacantes", foi uma luta árdua que persistiu até adentrar a classe e sentar-me.
Nessa hora eu fui traído e de minha boca jorrou um jato enorme de saliva que prendeu no cabelo da garota à minha frente, que na verdade parecia impermeável, as pequenas gotas ficaram muito salientes naquele cabelo ruim e meu amigo, que sentara ao meu lado, como bom amigo riu muito daquela situação e eu também não consegui me segurar, parecíamos dois idiotas rindo descontroladamente e a professora logo nos interpelou - Posso saber qual é a graça? - Para o nosso azar ela acabara de se apresentar à turma quando começamos a rir, o que levantou suspeitas de que ela seria o motivo de nosso riso. Eu tentei me explicar mas só consegui dizer o seguinte - Nada não prof... HAHAHAHAHAHAHAHAHAHA - e o meu vizinho de mesa, como bom amigo que é até hoje me acompanhou.
A professora perdeu a cabeça conosco no mesmo instante e ordenou que nos retirássemos da sala de aula, postou-nos um de cada lado da porta, cada um virado para um lado, ainda rindo feito idiotas. Passado algum tempo, ela pode perceber que haviamos nos acalmado e foi permitir a nossa entrada - E ai? Já pararam com a palhaçada? - No momento que nos viramos e deparamos de fronte um ao outro, foi inevitável - HAHAHAHAHAHAHAHAHAHA - e nossa professora mandou termos com a diretora, que era carinhosamente apelidada de nove e meio, devido à falta de metade de um dos dedos da mão.
Incrivelmente nem na frente da diretora nós parávamos de rir, era só olhar para a cara um do outro e estourar em riso, a distinta senhora muito perspicaz, percebeu isso e tirou meu amigo da sala, aos poucos, mas muito rapidamente me acalmei e até senti um pouco de medo. Então comecei meu relato da história, que acabara passados poucos minutos, então a diretora chamou meu amigo e me tirou da sala, conversou com ele por uns quinze minutos que pareceram horas para mim.
Ela chamou a mim de volta para dentro da sala dela e proferiu a sentença, ambos suspensos por dois dias. Ninguém merece começar um ano letivo desse jeito. Depois eu conto como foi o resto do ano...

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Saudades

E existe um sentimento pior que a saudade? Se existir digam-me qual é. Eu classifico a saudade de 2 maneiras: a passageira e a permanente, embora ambas sejam muito duras, acredito que a passageira dói menos. Afinal, como minha classificação sugere, ela passa, provavelmente quando a pessoa sentida retorna, já a permanente sabemos que não voltaremos a ver determinado ente, amigo, paixonite, amor, etc.
É intrigante o que podemos fazer ou pensar quando sentimos a falta de alguém que amamos e posso dizer com segurança, pois experimentei e experimento essas saudades de uma maneira corriqueira e recentemente uma saudade misturou-se com a outra e complicou um pouco minha vida. Quando sai da casa dos meus pais por exemplo, sentia uma imensa saudade deles, mas de certa forma sabia que podia ve-los sempre que a agonia ou necessidade me afligisse, porém isso acabou e parte dessa saudade gostosa que é a passageira, tornou-se a mais terrível agonia, foi quando meu pai faleceu há cerca de um ano. Desde então aquele aperto leve no peito transformou-se num buraco sem fim e dói, tira tudo que existe de você e só deixa a dor.
Minha esposa viaja algumas vezes a trabalho e nesse momento surge a saudade passageira, fico muito feliz quando ela retorna e podemos conviver novamente, sei que estará lá quando eu precisar, que não faltará e posso abraçar, beijar, etc. sempre que tiver vontade e oportunidade, na verdade vejo a saudade passageira mais como um teste, dos sentimentos, da fidelidade, da amizade. Claro que não sentimos a falta apenas de nossos familiares e esposas/maridos, amigos muitas vezes se fazem mais necessários que ambos. Tem coisas que só os amigos resolvem, e algumas vezes não estão por perto para nos ajudar, nem que seja com uma palavra. Espero não precisar sentir saudades permanentes de mais ninguém tão cedo, meus amigos, esposa, familiares, espero que saibam que os carrego dentro de mim, dizem que enquanto temos uma boa lembrança a pessoa está sempre próximo a nós, espero que seja verdade, talvez assim possamos amenizar a maior das angústias que eu já vivi.

sábado, 11 de setembro de 2010

Quem é o dono do celular?

Existem coisas que só a tecnologia nos proporciona, e entre essas maravilhosas coisas está mais um mico a ser pago por nós. Não quero que pensem que sou contra os avanços da tecnologia, muito pelo contrário eu a amo. Adoro videogame, computador internet e muitas outras coisas mais, o meu problema em particular é com esse aparelhinho indiscreto, o celular. Além de nos encontrar até quando não queremos ser encontrados, geralmente ele não funciona quando precisamos, talvez seja Murphy mostrando a cara, eu sei, mas tem vezes que chego a acreditar que os celulares tem um dispositivo detector de necessidades extremas que quando acionado desliga o dito. Ou então após deitar e esquece-lo acidentalmente na sala, alguém resolve ligar, e temos que sair da cama e correr, do contrário acorda todos na casa, ou quando estamos no banheiro, sozinhos em casa e ele toca, pelo menos tem o identificador de chamadas e podemos retornar.
Outra coisa que altera meu estado de humor com relação à essa máquina infernal, é a caixa de mensagem, não me importo dela existir e sei que existem pessoas que as ouvem, mas na minha mensagem pessoal sou bem enfático e peço "Por favor não deixe recados, não costumo ouvi-los, obrigado." Mas parece que são surdos e sempre tem algum engraçadinho que deixa nem que seja o barulho do lugar onde estava quando ligou, daí o celular fica apitando e vibrando e tocando até eu ouvir o raio da mensagem, ou a operadora cansar de esperar e deletar automaticamente.
Agora o que realmente me enfurece e me trouxe aqui é, afinal de contas por que os donos não atendem aos próprios aparelhos? Aconteceu que, tentei ligar para um amigo (tudo bem que era sábado as 09:00 da manhã e imaginei que ele estivesse dormindo), quando atenderam a ligação fui carinhoso como sempre fomos uns cons os outros desde os tempos de escola e disse - E ai sua cachorra! - no que fui respondido - Oi, com quem você gostaria de falar? e eu - Não é o Leandro? e o interlocutor - Não, é o PAI dele - minha cara foi ao chão, pensei em cavar até a China e sumir, ou me enfiar no próprio bolso. Não tinha o que fazer, apenas rezar para o pai dele levar na brincadeira, o que graças a Deus aconteceu e ele me disse - Olha, a cachorra tá dormindo, mas assim que acordar eu dou o recado. - só fiquei realmente aliviado depois de ouvir uma sonora risada do pai dele, neste momento soube que não estava encrencado. Passei um grande apuro neste dia, gostaria de saber por que não desligar o celular ou colocá-lo no silencioso, poderíamos poupar amigos queridos de situações vexatórias como essas. ATENDE O CELULAR.....

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Sonhos

Quem não gosta de sonhar? Eu adoro. Sonhar é gostoso tira-nos da porcaria de mundo onde vivemos e nos transporta para um lugar mais agradável, ou deveria ser. Mas o que acontece quando repetimos o mesmo sonho? Quem nunca repetiu um sonho? É muita falta de criatividade repetir um sonho poxa, a vida por si só já é uma grande repetição, repetir até o sonho não dá né. E quando o sonho é tão intenso que acordamos até cansados, suados e ofegantes, simplesmente demais. Outra coisa que exalta minha curiosidade são os sonhos seguidos, numa noite sonhamos com várias coisas e na hora de contar para alguém nem conseguimos porque foram tantos e acabamos misturando um com o outro. Pesadelos me deixam revoltado então eles não entrarão nesse texto. Sou realmente apaixonado por sonhos e para falar a verdade, adoro quando tenho um segundo episódio de algum sonho, e isso me trouxe aqui para escrever um pouco.
Há alguns dias venho tento o mesmo tipo de sonho, mas é um sonho que definitivamente eu detestaria que acontecesse, primeiro porque nele eu sou um policial (algo que realmente detestaria) e acho que na verdade nem há um segundo motivo, ser policial já ruim o bastante para mim (disse para MIM, acho muito legal da parte dos homens da lei, que fazem seu trabalho direito, arriscarem a própria bunda por estranhos). Tenho acordado todo suado com os lencóis molhados e cheirando mal, nos primeiros dias achei que tivessem algo a ver com a gripe, mas essa por sua vez foi embora e continuei acordando suado, conclui então que só poderia ser o sonho. Engraçado que nunca tive continuação de sonhos eróticos. Não gosto de reclamar, mas podia sonhar com algo mais agradável do que tiroteios e fugas alucinadas por tubos de ventilação, atualmente estou tão gordo que, acredito nem caber dentro de um duto de ar.
Não tenho a vida tão agitada assim e gosto muito de sossego, qual o motivo disso então? Não duvído que tenha perdido peso, afinal nos últimos 6 dias tive que lavar todos os meus jogos de cama, pra minha sorte estava fazendo um calorão e secavam sempre no mesmo dia. Bom se eu sobreviver ao próximo tiroteio escrevo mais, mas daí é uma outra história não é.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Sala de Espera

Salas de espera são sempre um mistério. A cada visita ou a cada espera, descobrimos algo novo no local, eu frequentei por muitas vezes a mesma sala de espera de um dentista e isso acontecia com certa frequência, não sei se por desatenção minha ou por que eram sempre colocados novos itens no local. Isso não acontece muito em instituições públicas, mas não por isso estas perdem seu interesse. É interessante reparar nas pessoas, é quase como o ônibus que citei em outra oportunidade, a curiosidade impera, e eu como bom curioso presto atenção em tudo e percebo que não importa onde ou para quem, uma sala de espera é a mesma chatice em qualquer lugar.
No médico particular pode até ser pouco menos insuportável, tem algumas revistas, jornais, etc. Porém no atendimento público os frequentadores costumeiramente são mais sociáveis, conversam, puxam assunto falam da sua vida e fazem amigos, tem um certo calor humano que em alguns casos beira a chatice. É intrigante pensar que estamos todos ali por termos algo em comum e que de certa forma temos coisas para conversar e o lado oposto parece não perceber que a vida da filha da vizinha da tia-avó dele não interessa para ninguém. Passei com minha irmã no AMA (Atendimento Médico Ambulatorial, na minha humilde opnião é um antigo Posto de Sáude dividido em dois) e verifiquei que isso é super verdadeiro, mas que a falta de tato é mais verdadeira ainda, estávamos na sala de medicação, minha irmã com o tubo de Buscopan na veia e  a senhora ao lado não parava de falar que a filha dela estava na Europa e logo ela iria encontra-la, quase falei pra ela - Minha senhora, me desculpe mas isso não me interessa - felizmente minha mãe educara me muito bem.
Já comentei que sou curioso e prestando atenção nas conversas, percebi que geralmente o assunto é o mesmo e conclui que, na verdade as pessoas não suportam esperar e tentam suavizar a extensa demora,  no fundo eu concordo com eles, esperar é, no mínino, irritante e diminuir o ócio numa hora de angústia é muito bom, até porque nos desliga um pouco do real motivo de estarmos ali. Infelizmente ou felizmente para os que gostam de um pouco de silêncio para colocar as idéias em ordem, isso ocorre muito pouco em clínicas particulares, até mesmo tendo em vista que o tempo de atendimento é reduzido e consequentemente o de espera também, mas falta algo nisso tudo, falta o calor, falta a compreensão (até mesmo de minha parte), falta educação e nessas horas, sobra politicagem e propagandas falsas de promessas de governo, mas como gosto de dizer, isso é assunto para uma outra hora.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Hino do Timão (Comentado por mim)

Escrever sobre o Corinthians no dia do seu 100º aniversário é complicado, vou então apenas explicar como eu vejo o nosso sagrado Hino.


"Salve o Corinthians, (não é salvem e sim saúdem, aplaudam, reverenciem)


O campeão dos campeões, (aquilo que todos os outros gostariam de ser)

Eternamente (para nós que nunca iremos te abandonar)

Dentro dos nossos corações. (viverás pra sempre aqui)



Salve o Corinthians (O maior de todos)

De tradição e glórias mil; (incomparável, grande demais para entenderem)

Tu és o orgulho (na vitória ou na derrota, sempre ao seu lado Timão)

Dos esportistas do Brasil. (onde figuras entre os maiores)



Teu passado é uma bandeira, (para nós um legado)

Teu presente, uma lição (para essa nação, uma paixão)

Figuras entre os primeiros (é com certeza o maior de todos)

Do nosso esporte bretão. (não existiria fubetol sem ti Corinthians)



Corinthians grande, (imenso)

Sempre Altaneiro (sem perder a humildade)

És do Brasil (o país do futebol)

O clube mais brasileiro. (o melhor de todos)"

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Injustiça

Quem nunca foi injustiçado? Pois é, o curioso é que sempre que somos injustiçados ninguém nos defende. Quando fizemos algo digno de nos ferrar, sempre tem algum santo para nos proteger. Não vou falar sobre todas as inustiças da vida, só aquelas mais sacanas, como quando você é criança e seu irmão mais velho quebra um quadro e coloca a culpa em você, e sua mãe ou pai lhe tira os desenhos por alguns dias. Na verdade quero discorrer sobre algo que me aconteceu muitos anos atrás.
Passava por aqueles anos irresponsáveis entre a infância e a idade adulta, também conhecido como adolescência, e como todo bom aborecente tinha meus amigos, que confesso não eram as melhores influências possíveis, como sempre fui muito centrado não ligava. Certo dia aconteceu algo intrigante, estávamos todos jogando futebol na rua, um calor de fazer o Sahara parecer o Pólo Norte e depois que paramos, minha mãe me pediu que fosse até a sorveteria buscar um pote na tentativa de tornar o dia mais suportável, peguei minha bike e fui.
Chegando lá, como era de se esperar a sorveteria estava lotada, esperei pacientemente e aproveitei para chupar um picolé, peguei o pote de 2 litros e tomei o caminho de casa. Acontece que durante o percurso, encontrei com meus amigos correndo na avenida em direção à nossa rua e fui junto com eles. Foi a pior escolha da minha vida, e se existe algo para me arrpender, com certeza é isso. Chegando na rua de casa tinha um jovem, cujo apelido era Dunguinha, havia pego um atalho por umas vielas e chego primeiro ao refúgio e espera os meninos (e eu que idiotamente estava junto) para comunicar que o pássaro que eles haviam roubado, era de um senhor doente. Eu sabia que eles eram um pouco desorientados, mas não sabia que eles roubavam, desse momento em diante deixei de falar com eles.
O problema é que eles moravam na rua há pouco tempo e seu sempre morara lá, então TODOS me conheciam e ao anoitecer vieram umas mulheres que eu nunca havia visto mais gordas e armaram o maior barraco no portão da minha casa, e tudo isso porque EU tinha roubado o pássaro. Quando eu tentei me defender falando que eu não estava junto, elas retorquiram: "Mas o Dunguinha falou que te viu com eles." O que eu podia esperar de um cidadão com tal apelido? Nada mais que isso mesmo. Indiquei a casa dos verdadeiros meliantes e voltei para minha cama, tinha aula no dia seguinte e era dia de prova. Já citei em outros textos que odeio estar errado, e mais uma vez o estava quando pensei ter me livrado dessa.
Estava eu, já deitado em minha cama, estrategicamente colocada na parte de cima do beliche, quando minha mãe entrou batendo em tudo o que via pela frente. Eu disse que a minha cama era estrategicamente a de cima pois, minha mãe é baixinha então consegui me livrar de a maioria dos golpes.
Pude tirar uma lição de tudo isso: Se seus amigos estão correndo, não junte-se a eles. Minha mãe hoje em dia diz, que embora ela não soubesse o porque de me bater, eu sabia porque estava apanhando. Tudo bem, eu já me safara ileso de várias.

sábado, 28 de agosto de 2010

PAI

Afinal de contas, o que é ser pai? Eu não posso responder a essa pergunta pois não o sou, mas penso em algo como um pai ideal. Pai é aquele cara que te ensina a empinar pipa, te mostra um drible de futebol, te incentiva, te coloca de castigo e até te dá umas palmadas quando você merece. Certo que muitas vezes não merece, mas apanha pelas que mereceu e não apanhou daí fica tudo certo. Claro que ser pai é muito mais, mas por tudo que pense, pai é aquele cara que vai estar sempre ali, te esperando de madrugada quando você for pra balada, pra te defender da mãe quando achar suas traquinagens engraças e indignas de palmadas.



Claro que um dia ele acaba partindo e se tiver sorte, parte antes de ver um filho indo, isso desfaz a ordem natural das coisas, não deve existir pior dor para um pai do que essa. Mas para nós filhos também não é nada fácil, perdi meu pai recentemente e sinto muito a sua falta, mas sei que aonde quer que esteja, está torcendo por mim e me defendendo de alguma maneira, ele sempre fez isso em vida, mas como todo filho eu só fui perceber isso depois que não podia dizer o quanto sou grato a ele por tudo, até pelas palmadas, chinelas, etc. indevidas. Ser pai é algo que muitos dos homens não estão preparados, é passar a viver em função de uma outra pessoa, é dedicar a sua vida por ela, derrubar o que for preciso para faze-la, não digo feliz mas sim humana, uma pessoa decente, alguem melhor para o mundo.


A palavra PAI pode ser desmembrada Portador de Amor Incondicional, não se pode trazer a tona todo esse amor, mas sabe-se que ele está lá, e que não permitirá que nada aconteça a sua cria. Sempre tive minhas diferenças com meu pai, mas nunca deixei de ama-lo e sei que ele sempre me amou, à maneira dele, que era bem peculiar, mas me amou até o último de seus dias, que se encerraram muito cedo é verdade. Na verdade queria dizer aos filhos que acima de tudo, tentem entender seus pais e os motivos deles. Um pai de verdade não quer ver seu filho mau, não quer que seu rebento se perca nos caminhos da vida e, principalmente, não quer ter de enterra-lo. Perder um pai é barra, mas perder um filho é pior ainda, e não me refiro apenas à morte, ver um filho roubando para se drogar deve tirar um pouco da vida do pai mais do que a própria morte, ou ter que ir à cadeia vê-lo, é dureza. Galera, vamos dar mais valor àqueles que deram, dão e darão a vida por nós.






Pai, esteja com Deus e obrigado por tudo, te amo.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Mulheres

Freud morreu com 83 anos e uma dúvida, do que as mulheres gostam? É engraçado pensar nisso, estava conversando com uma amiga quando resolvi escrever este texto e falávamos sobre um relacionamento anterior dela. Eu definitivamente não sei o que a mais perfeita criação de Deus pensa, mas juro que até tento ser, ao menos, compreensivo. O problema começa quando um casal se conhece, as mulheres nunca gostam de um homem logo de cara, pelo menos eu nunca dei essa sorte (ou azar).


O problema com as mulheres e com os relacionamentos em geral é que, quando começa elas tem em mente que nós homens devemos mudar em alguma coisa. Poxa, não nos conheceram do jeito que somos? Então por que raios devamos mudar em algo? Claro que não podemos tratar uma mulher como tratamos nossos amigos (ainda mais eu, que perco o amigo mas não perco a piada), afinal elas não são eles. Acho que para um relacionamento dar certo só é preciso uma coisa: a mulher entender que o homem NÂO muda e que vocês sim mudam. A mulher é o perfeito significado da música Metamorfose Ambulante, acho que na verdade Raul Seixas queria ser mulher. Mulher é sinônimo de mudança, eu sei disso porque tenho 4 irmãs além da minha mãe e esposa, a minha vida toda aguentei TPM sem ter sequer um dia de folga e isso é uma grande barra, deviam construir uma estátua para mim.


Ao menos pude aprender algo, o significado de TPM: Tendência ou Predisposição para Matar, apesar disso eu sobrevivi por 23 anos até agora e continuo tentando desvendar o enigma de Freud. Algo que muito me intriga é a capacidade dessas deusas de nos fazerem sentirmos culpados, eu sempre fui um cara justo, mas por mais certo que eu esteja, não consigo discutir com uma diva chorosa, é jogo sujo, também vale lembrar que na verdade quem manda são elas, mas parecem não entender, então fica aqui uma dica: Mulheres, quando nos pedirem algo e nós RECLAMARMOS é porque ouvimos e vamos fazê-lo, é questão de honra, a última palavra tem de ser nossa, nem que seja apenas um “tudo bem amor”.


Posso dizer que após anos de buscas, não saí muito do lugar nas pesquisas, cada mulher é um universo totalmente diferente e maravilhoso e que não importa o quanto tentemos, nunca às entenderemos, apesar disso eu não gostaria de ser mulher, homens são muito chatos, por isso que algumas delas preferem elas mesmas, digo isso sabendo o quanto homens são enfadonhos, eu sou um, tenho muitos amigos que são, outros que são quase e alguns que definitivamente não os são, mas isso é outra história. Afinal se vocês nos escolhem sabendo que, sábado tem o futebol com os amigos e domingo tem o Corinthians na TV, pra que nós deveríamos parar de jogar bola? Se ficamos gordos também reclamam, e a academia tem sempre uma sem vergonha. E o Corinthians? “Eu nunca vou te abandonar”, não o abandonamos até hoje, não é nenhum rabo de saia que me tira dele, poxa, são apenas 90 minutos, não proibimos as novelas, proibimos? Proibimos o chá ou tricô com as amigas? Também não. Até a cerveja não ligamos. Só pedimos uma coisa, sejam sempre a maravilha que Deus as fez.






PS: Traga a cerveja e venha pelada. (brincadeirinha)

domingo, 22 de agosto de 2010

Shopping

Quem aqui gosta de shopping? Gostaria de dizer que eu particularmente não sou muito chegado a isso, mas uma mulher pode ser muito perigosa dentro dele. Alguém sabe qual é exatamente o público freqüentador dos grandes antros de consumismo? É difícil dizer, andando por um você vê muitas pessoas diferentes não dá nem para tentar adivinhar quais são suas histórias ou seus desejos e temores, a única coisa que sabemos é: ela está ali para comprar!


Isso engana muito, os shoppings não são apenas antros de consumismo como citei acima, para nós paulistanos é algo como um passeio, tem diversas coisas para se fazer num shopping e algumas que, definitivamente, não é melhor lugar para praticá-las, é a nossa praia, apesar de eu preferir outro tipo de passeio, muitas vezes só temos isso como entretenimento. O que me leva ao fatídico dia de hoje.

Era um sábado e estava muito frio aqui em São Paulo, o que reduz a possibilidade de passeios significativamente, como comentei numa outra ocasião, é difícil morar em apartamento quando se tem vizinhos tão educados e gentis como os meus, tendo isso em mente o nosso roteiro é muito prático: acordar, tomar café, arrumar a casa e sair. Quando conseguimos sair, já eram quase 12h00min.

Pegamos o carro, algo que me incomoda muito é a quantidade de motoristas sem noção dirigindo aos finais de semana, e logo de cara tomei uma fechada de um microônibus, parece que sábado e domingo não existem leis de trânsito, então vamos todos nos matar com nossos carros. Com alguma dificuldade e depois de muitos palavrões, chegamos à casa de minha sogra, e agora quero a opinião de todos, o que se faz com um garoto quando ele tem uma nota vermelha no boletim? Bom eu aprendi que se deve colocar o cidadão de castigo, mas o meu cunhado foi agraciado com um passeio.

Boletins à parte, tive de esperar um bom tempo até sairmos, na verdade eu não sabia nem o motivo da espera, só fiquei sabendo quando ele chegou e minha esposa mandou ele se arrumar pra ir conosco, e depois dizem que sou ignorante. Muito antes de conseguir chegar ao tão sonhado destino, já pude perceber que teria um passeio difícil. A criança, como minha esposa o chama, fazia cara feia (será que estava com fome?) e o trânsito na Marginal Tietê estava péssimo, pois é ele não nos dá folga nem no dia de descanso.

Ao chegarmos constatei algo que já temia, um inferno para entrar no estacionamento, achar uma vaga era utopia, pensei que a qualquer momento um tornado poderia destruir tudo e nem assim eu conseguiria estacionar. Pouco antes de o combustível acabar estacionei num lugar que nem era vaga, saímos e tranquei o carro, alguns minutos depois, voltei para pegar o celular e percebi o quanto o local onde estacionara gerava desconforto em quem tentava dirigir por ali e pensei: “Quer saber, dane-se” e voltei às compras.

Minha esposa precisava apenas de um sobretudo, algo que ela até encontrou rápido, o problema foi que precisava de um cinto que combinasse com o sem vergonha, como um bom marido, me propus a acompanhá-la e à criança de cara feia. Descobri pouco depois que eu era a razão da cara feia, ele tira notas baixas que deveriam mantê-lo em casa por alguns dias e ainda faz cara feia, o mundo está perdido mesmo.

Já mencionei que o público freqüentador de shopping é, ao menos, peculiar e nesse anda-anda atrás do nosso amigo cinto pude perceber que a afirmação é muito verdadeira. Onde mais você veria um pastor evangélico e um punk no mesmo ambiente por exemplo. Ou então a garotada fazendo alguma algazarra longe dos pais sem medo de serem descobertos, eu mesmo fazia isso na minha adolescência, a única diferença é que eu sempre acabava sendo expulso do local, determinada ocasião fiquei proibido de entrar no shopping por um mês inteiro.

Pouco tempo havia se passado quando sentimos fome, então fomos procurar algo para forrar nossos estômagos ansiosos. E foi a parte que mais me surpreendeu no passeio, a praça de alimentação (ou zona de comilança) estava quase vazia. Talvez fosse porque o Mc Donald’s fica no primeiro andar e estávamos no segundo, assim, comemos bem e logo voltávamos à Odisséia do Cinto, que acabou até que rápido comparado aos padrões femininos de busca em um shopping.

A volta para casa, entretando, não foi mais fácil do que a ida, e como já estava anoitecendo, a quantidade de Ayrtons Sennas na rua havia multiplicado geometricamente, e precisei tomar ainda mais cuidado. Graças a Deus sobrevivi a este dia e espero ter algo para contar em breve, claro que nada relacionado a shoppings, só de escrever sobre tal coisa já fico de mau humor,

Dia de Cão

Tem dias que realmente não sei por que me levanto da cama. Pra começar, vocês devem se perguntar o que eu faço da vida, na verdade neste momento estou disponível para o mercado de trabalho. E, como todo desempregado, estou à procura de um novo emprego, mas eu devia ter desconfiado que algo daria errado hoje.


Vejam, era uma sexta-feira e recebi um convite para um processo seletivo marcado para quarta-feira, como é dia do meu rodízio (não aquele gostoso, que se pode comer à vontade pagando pouco, mas sim aquele dia infernal da semana que você NÂO PODE SAIR COM SEU CARRO), combinei de ir de carona até o centro e de lá pegaria o metrô. Como na vida toda tudo que pode dar errado, acaba dando mesmo, na segunda-feira recebi outro convite para processo seletivo, graças a Deus, quero voltar a trabalhar logo, também na quarta-feira, sorte que os dois eram próximos um ao outro, mas não tão próximos, e a condução é algo que não existe em São Paulo, ainda mais se tratando de locomoção dentro de um mesmo bairro, então resolvi ir com meu carro e tentar de alguma forma burlar o bendito rodízio.

Saí de casa por volta das 08:30, o primeiro processo era apenas às 10:30, o que me dava uma margem de duas horas. Só que o Rô, como eu chamo carinhosamente, só acaba às 10h00min então na verdade minha margem de segurança não existia, eu tinha que pegar o Rodoanel e dar toda a volta em São Paulo para chegar lá, uma vez que a entrevista era no extremo sul e eu moro no extremo norte de São Paulo. Engraçado, o rodízio de São Paulo parece até político, sempre que tem uma oportunidade ferra você, mas enfim acabei chegando mais cedo do que imaginava, e daí começou o stress verdadeiro. A pessoa que me chamou para o processo me fez acordar cedo, dirigir quase a distancia entre São Paulo e Santos num dia mega frio, só para perguntar se eu tinha interesse na porcaria da vaga (a palavra não era bem porcaria, mas pode ter crianças lendo né). Juro que quase respondi “Não sua vaca, eu vim até aqui só pra ter o prazer de acordar cedo e pegar transito a toa”.

Segurei-me com a dignidade de um lorde e me contentei apenas com um “Sim”. Saí de lá por volta das 11h35min a próxima entrevista era às 13h00min e eu ainda tinha que encher o tanque, o meu não o do carro, correndo entrei no carro e saí em disparada. Destino: a primeira padaria, lanchonete, quitanda, ou carrinho de hot dog que aparecesse. Pensei, chego ao local da próxima entrevista e aí sim procuro um lugar para comer.

Nisso eu acertei, talvez estivesse muito faminto, pois achei aquela feijoada, a melhor que já pude degustar, o problema é que ela me sujou a gravata. Na hora de pagar outro calvário, como sou uma pessoa moderna, são raras as vezes que tenho dinheiro vivo no bolso e o restaurante estava “sem sistema” para pagamento em cartão. Pensei que tudo o que podia acontecer de ruim já tinha acontecido. Nunca estive tão errado na minha vida, procurei um banco, que só consegui encontrar depois de uns vinte minutos de caminhada, quando fui sacar, CARTÃO CANCELADO.

Pensei em todos os palavrões que já ouvira e inventei uns cinco, agora sim nada mais podia dar errado. Só que estava errado de novo, embora eu sempre tenha 1 folha de cheque para emergência, tive medo de ir direto ao caixa, após um diálogo comigo mesmo de aproximadamente três minutos consegui sacar o dinheiro usando o cheque. Voltei no restaurante, paguei a conta e resgatei a chave do carro, fui para a entrevista mascando chiclete, não tivera tempo de escovar os dentes.

Agora vem a pior, ou melhor, parte do dia. Lembram que quarta-feira é dia do meu rodízio? Pois então, o bendito recomeça às 17h00min e já eram 14h00min quando começou o processo. Teve aqueles clichês de processo seletivo e duas coisas que sempre, eu disse SEMPRE me irritam profundamente.

A primeira, preencher uma ficha cadastral com TODOS os dados que já constam no seu currículo, e a segunda, mas não menos irritante, fazer uma redação e testes de português e matemática. Poxa vida (olha o autocontrole nos palavrões), sou graduado é claro que sei escrever, e fazer contas de soma e subtração, mas o que realmente acaba com o dia é a redação, os temas são cada vez mais idiotas, dessa vez foi “A história da minha vida”, claro que nunca iria colocar as cagadas que já aprontei.

Por fim, depois de toda essa amolação, me vi livre e disposto a ir pra casa, só que já eram 16h45min, ou seja, eu tinha quinze minutos para sair do chamado centro expandido (uma área, muito grande por sinal, delimitada por algumas avenidas) e estava um trânsito danado e pensei, ”Agora Fu... Além da fezes de dia que eu tive, ainda vou tomar uma multa”, por sorte o GPS tem sistema de tráfego que evita as vias mais congestionadas e logo estava de volta no Rodoanel. Graças a Deus cheguei em casa.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Sem Assunto

Poxa vida, como é perturbador ficar sem assunto no meio de uma conversa. Quem nunca passou por isso? Você encontra aquele amigo que não vê há anos e logo está numa enrascada, acabou o assunto, eu já cheguei a pensar, que minha vida era uma droga, eu não conseguia manter uma conversa de 10 minutos com um amigo distante há anosm, é degradante. Olhar a situação é divertido, dá para perceber no rosto da pessoa o constrangimento e o assunto muda da água para o vinho num piscar de olhos. E sempre acabam lembrando de histórias de décadas passadas.

Pois é, infelizmente não estou imune à falta de assunto e aconteceu comigo recentemente. Fui numa festa de aniversário de um primo, lugar clássico para esse tipo de incidente, e encontrei com alguns parentes que moram em outras cidades, além de ter trocado os nomes de dois primos (afinal eram dois irmãos e a última vez que os vi juntos eu já nem lembrava quando havia sido) e com todo aquele alvoroço me vi diante de um marido de uma tia que eu nem lembrava que existia, ele por sinal também não fazia ideia de quem era eu, ficou me olhando e olhando e finalmente falou: "Você é filho de quem?", após conter o riso (ação a qual necessitou muito esforço e autocontrole) respondi: "Da Cida.", daí ele abriu um largo sorriso banguelo e me abraçou dizendo: "Caramba, sinto muito pelo seu pai filho" o detalhe é que meu falecera há mais de um ano, e ele estava no velório. E continuou: "Como você cresceu. Porque você sabe que eu te carreguei no colo, você era desde tamanho" e fez um sinal meio vago com a mão.

Achei que morreria tendo de ouvi-lo falar como eu era bonitinho quando menino, mas graças a Deus chegou minha salvadora, a mulher dele, e o levou para longe. Pensei que tinha me livrado desse tipo de situação naquela noite, e só eu sei o quanto odeio estar errado. Meu primo de Campinas chegara atrasado na festa e lá vamos nós, "Oi, como você tá? E o trabalho? E o casamento? E os filhos? - perguntas super clichê, mas ele estava longe e tinha que começar a conversa de algum modo. Questionário respondido, ficou sem assunto e acabamos apenas bebendo e lembrando de décadas atrás.

O pior tipo de situação que falta assunto é quando não pode faltar assunto, por exemplo. Você pega o elevador com aquele mulherão do 11º andar do seu prédio que tem 15 andares, para ter um tempo extra você, que mora no 2º, aperta o 12 e tenta puxar conversa, falha amargamente e o máximo que consegue é "Calor né?", ou então quando pega o bendito elevador com o chefe. Essa é uma situação delicada, onde eu me limito a falar estritamente o necessário, "Bom dia", e fingir que estou lendo alguma coisa, porém, se não tiver nada em mãos, é bom ter alguma boa explicação para o projeto estar atrasado.

Pior que ficar sem assunto é ficar ouvindo alguem falar de algo que simplesmente não lhe interessa. Realizem, chego em casa, estou na garagem do prédio, moro no 12º andar e o síndico vem me dizer que o cano da descarga dele arrebentou, eu gostaria de responder "Azar o seu, quem vai nadar nas fezes é você, e o cheiro não chega do 1º ao 12º andar, passar bem", mas a regra da boa educação nos pede para dizer pelo menos um "Puxa, que chato. Já tem um encanador?" Se ele disser quer sim, ótimo me livro numa boa, caso contrário terei que achar um assim que entrar no apartamento, isso se não der a falta de sorte de ele querer subir comigo para pegar o número.

Uma solução para isso são os MP3, os jornais e os celulares também, é só fingir que está ocupado e tenho certeza que se livrará de boas.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Preconceito

Preconceito é diferente de pré-conceito. Eu por exemplo tenho muitos pré-conceitos, todavia poucos preconceitos. Não sou presunçoso a ponto de afirmar que não tenho nenhum preconceito, mesmo porque ambos conceitos são separados por uma linha muito tênue, qual um fio de fumaça num dia de leve brisa, e não tenho certeza de qual lado da linha estou. Afinal o qual a diferença entre eles? Bom ao meu ver pré-conceito é uma idéia previamente estabelecida a respeito de algo, no que preconceito é algo que beira mais a intolerância ou ignorância do cidadão.

Claro que existem muitos tipos de preconceito, não posso sequer me arriscar a enumerar, porém fico pensando se, ter a pele clara me faz um homem melhor, se gostar de heavy metal me faz um cara mais decente, se ser casado com uma mulher me faz mais homem, e a única resposta que encontro para essas perguntas é muito simples, curta e grossa: NÃO! Absolutamente, falando de homossexualismo, quem é MACHO o suficiente para assumir para o próprio pai a homossexualidade? Ou então para dizer à mãe que na verdade gosta de meninas. É ridículo pensar que existem pessoas que marginalizam homossexuais, as travestis tem que vender o próprio corpo porque não lhes dão emprego, no mundo de hoje não pode acontecer isso.

Não posso me ater só a discriminação contra homossexuais, e os negros? "Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos, sempre haverá guerra". Acho que Bob Marley já falou tudo sobre o tema, mas me impressiona isso existir no Brasil, um país onde tudo se misturou e continua misturando e apesar de alguma parcela da população ainda ter este tipo chucro de sentimento, o governo endossa tal prática, criando, por exemplo, cotas de negros em universidades. A minha vaga da USP foi para cotas de negros, mas o que me deixou enfurecido, não foi perder a vaga, foi o critério utilizado. Fui melhor no exame, merecia a vaga, dei um duro danado para conseguir e fiquei sem porque dei o azar de nascer branco, apesar de ter negros na família. Negros são tão inteligentes quanto brancos, alguns mais outros menos, mas isso nada tem a ver com a cor da pele.

É engraçado o preconceito de negros contra negros, tenho um cunhado que fala para minha irmã quando ela faz trancinhas nos cabelos, "Não vou sair com você parecendo neguinha." Me enoja tanto, mas tanto, que não falo com ele há tempos. Quer reconhecer um cara racista? Pergunte se ele é racista, o racista responde: "Claro que não, meu melhor amigo é negro", enquanto uma pessoa inteligente responde apenas "Não". Escrevi tudo isso porque não aguento mais ouvir coisas do tipo "Tinha que ser preto" ou "Volta pra floresta macaco" é algo que não dá nem para descrever com palavras, mas algo que chega perto é REPUGNANTE.

Acho que tenho um preconceito sim, odeio gente preconceituosa, além de fabricantes de cigarro, mas isso é assunto para uma outra hora não é?!

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Estado Laico

Afinal de contas, o que é Estado Laico? Ao contrário do que muitos pensam não é nenhum estado do interior de Israel, e sim uma maneira de dizer que determinado país não mistura política com religião. Está no Wikipédia, e pelo amor de Deus (literalmente), não confundam com ateísmo. Deve ser muita presunção minha escrever sobre dois assuntos tão polêmicos no mesmo texto afinal, futebol, religião e política não se discutem certo? Errado. Não quero entrar no mérito religioso da questão, mas a pedido de uma amiga resolvi escrever.

Teoricamente o Brasil é um Estado Laico, os Três Poderes são independentes (até demais) para tomar suas decisões, enquanto o quarto poder (poder paralelo, conhecido também como crime organizado) parece ser quem realmente manda. O que me revolta, para não dizer que me deixa puto, é a cara de pau de alguns políticos de colocarem a igreja na frente de decisões erradas tomadas por ELES e mais ninguém.
Não preciso nem voltar muito no tempo, há poucos anos, houve discussão sobre célular tronco embrionárias, a decisão, primeiramente foi adiada por causa da Igreja.  Como pode a igreja condenar algo que salvaria a vida de milhares, se não de milhões de pessoas no mundo? Deus nos fez à sua semelhança porque afinal? Porque nos ama acima de tudo, como muitos de nós a Ele.

Essas pesquisas poderiam ter salvo meu próprio pai e sinto muito a falta dele, claro que tem pessoas mais públicas que ele, Pedro Moreira Salles, portador de distrofia muscular, isso sem falar nos anônimos do Brasil e do Mundo. Até onde vai esse Estado Laico? Para mim é apenas algo que utilizam para mascarar as verdadeiras intenções deles próprios e, estrategicamente, colocar a culpa em alguém (já dizia o velho ditado, errar é humano, colocar a culpa em outro é estratégico). Sinceramente, esse tipo de atitude não entra na minha cabeça.

Há também a situação inversa, quanto pessoas ligadas à Igreja querem entrar para a política e foi por isso que minha amiga pediu para eu escrever, vejam, ela segue o protestantismo (evangélica) e a igreja que frequenta já escolheu o canditado por ela. Eu não acho errado querer fazer campanha para um membro da comunidade, longe disso, mas tudo tem limites, funciona assim, você vem à nossa igreja/salão/paróquia/qualquer nome que deem então votará no NOSSO canditado, pô, tem algo errado nisso tudo, na verdade deve ser alguém ligado à família dos donos da igreja visando lucro próprio, seja financeiro ou de qualquer outra natureza, infelizmente acontece em quase TODAS as igrejas hoje em dia. O que é lamentável, pessoas deixam suas vidas para a igreja porque são forçadas a isso. Entregam casa, carro e todo o seu dinheiro.

Eu conheci uma senhora, Dona Iraci, que vivia de uma pensão ou aposentadoria de menos de 1 salário mínimo e desse dinheiro pelo menos a metade, isso mesmo a METADE, e não os 10% ia para a igreja, essa que por sua vez, já tinha tido todos os nomes e formas geométricas possíveis e imagináveis. Eu não sou contra essa ou aquela igreja, sou contra TODAS as igrejas que usam o nome de Deus para tirar dinheiro da fé das pessoas, Dona Iraci, muitas vezes não tinha o que comer, ela pedia nas casas da rua mas o dinheiro da igreja não faltava.

Eu dedico o que posso à instituições sérias, renomadas e ajudo com o que posso, nem sempre atinge os 10% que Deus estipulou, mas sei que faço o que posso, e sei que Ele vai me aceitar em Sua casa quando chegar minha hora, gostaria de saber o destino de pessoas que usam o Seu nome para causar tanto mal aos que Lhe são fiéis. Que Deus os tenha.

domingo, 8 de agosto de 2010

Insônia

Quem nunca sofreu de insônia? Pois é, eu até a última noite nunca havia sofrido. É difícil ficar sem dormir quando o mundo está praticamente morto, você vira de um lado a outro da cama, levanta, bebe água, vai ao banheiro, deita-se novamente e simplesmente não consegue pregar os olhos.


O problema não é nem a falta de sono, você está exausto, teve um dia ruim e, ao que tudo indica, a noite não será diferente. A noite tem uma pitada de mistérios, e algo de sombrio também, barulhos comuns soam como ameaça, sombras transformam-se em verdadeiros objetos de pavor, ou será que tudo isso é fruto do cansaço descomunal que o dia lhe proporcionou? Estou na dúvida, essa noite foi complicada e estou escrevendo sem ao menos ter tido uma hora de sono, é algo que realmente implica num esforço mental muito grande, e pra ser sincero, são 22:00 e não me sinto propenso a dormir, talvez venha outra noite em claro.

A pessoa que poderia ajudar já dorme tranqüila num sono de exaustão, afinal, ela trabalhou o dia todo também, fez por merecer uma noite de esquecimento, temos passado tantos problemas (graças a Deus o casamento vai bem, eu a amo muito sabe). A pior parte de ser abençoado com tal graça Divina, é prestar atenção a todos os sons e movimentos dos apartamentos vizinhos (acho até que escutei um pum do apartamento de cima), os ruídos noturnos, são peculiares e prendem muito a atenção, o que dificulta na hora de desligar o computador central e colocar a “máquina” em stand by.

Minha esposa costumeiramente fala dormindo, ainda bem que eu também durmo (com exceção desta fatídica noite), pois do contrário acho que discutiríamos. Por volta das 03:00 da manhã, ela começou a reclamar do puff, que o coelho roeu (sim, eu tenho um coelho), e agora soltava bolinhas de isopor pela casa. Eu, como um bom marido, prontamente comecei a rir descontroladamente, e ela acordou reclamando (o que deve ser uma constante na vida das mulheres não é verdade), afinal por quê diabos estaria eu, gargalhando às 03:00 da manhã? Para minha sorte ela adormeceu antes de ouvir a resposta e hoje quando contei o ocorrido, apenas rimos da situação. O desenrolar da noite foi assim, até que liguei a TV na Globo, estava passando um filme chamado Jhonny Guittar no Corujão, tem um enredo legal, mas o final deixa a desejar.

Por volta das 05:30, quando acabou o filme o celular despertou (essa coisa de despertador já era), era mais um dia começando, ainda bem que esse dia era o sábado, e, se os vizinhos tivessem permitido, teria colocado o sono em dia.

No exato momento que escrevo, ela está aqui, me chamando pra dormir, acho que escrevo mais uma outra hora, não é...

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Adoniran Barbosa

Sábado, 06 de agosto de 1910, na cidade de Valinhos, nascia João Rubinato. Mas quem diabos era esse homem? João Rubinato era apenas mais um no mundo, e durante algum tempo continuou assim, eu não era nascido e na verdade nunca soube de fato quem fora esse tal João Rubinato. Eu aprendi a conhecê-lo como Adoniran Barbosa.
Filho de imigrantes italianos, alterou seu ano de nascimento para poder trabalhar. O engraçado da história, é que, João Rubinato, não gostava de estudar, e muito cedo abandonou a escola. Não estou aqui para discorrer sobre a biografia dele, uma vez que o Wikipedia chegou na minha frente, mas para falar das grandes obras que João Rubinato nos deixou e de seu exemplo de perseverança e bondade. Tal como eu, começou a trabalhar muito cedo (10 anos, o que era proibido e por isso alterou sua certidão), como vivia mudando de residência, não criava raízes, até conhecer a bela São Paulo (gente, bela há uns 80 anos atrás tá), mas antes disso fez muitas coisas, trabalhou até como marmiteiro, mas seu destino era maior, e até como ator tentou ganhar a vida.
Mas quis o destino (que muitas vezes é sacana) que ele tentasse a música e foi aí que todos nós conhecemos Adoniran Barbosa (nome que tomou emprestado de um conhecido), mas tal como eu, só que infinitas vezes melhor, a sua inspiração vinha das ruas, do cotidiano nosso, das pequenas coisas que nos fazem humanos, que nos fazem paulistanos. Como grande crônista que foi, destacou os bairros de São Paulo como apenas um morador o faria, Casa Verde, Mooca, Jaçana e muitos outros.
Adoniran Barbosa nos deixou em 23 de novembro de 1982, eu ainda não era nascido, já estava nos planos dos meus pais, mas ainda não tinha dado o ar da minha graça. mas as palavras cantadas desse grande mestre da arte, ficarão para sempre nos pergaminhos da história.

João Rubinato, esteja com Deus e alegre a eternidade dos anjos do céu.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Curiosidade

A curiosidade é algo realmente curioso não é mesmo? E engraçado também. Quem nunca deu uma espiada no jornal, livro, revista, mini-game, SMS, etc alheio?
O que me chama atenção, é que, a curiosidade não é artigo de luxo, todos são curiosos, vejamos. Era uma sexta-feira, estava eu sentado no ônibus, tocou meu celular, acho péssimo atender celular no ônibus, mas como trabalhava externo com vendas, não tive alternativa e atendi o bendito. De pronto pude notar umas 4 ou 5 pessoas me olhando, provavelmente algumas delas queriam apenas que eu desligasse o celular e quando perceberam que eu não ligava para suas caras feias me esqueceram, umas 2 se me recordo bem, pareciam estar ouvindo tudo o que eu dizia. Acabei a conversa e pararam de olhar, mas a expressão de seus rostos era como se tivessem agora um novo objetivo na vida, (o que acho pouco provavél, uma vez que só conversei baboseiras com um amigo). Abri um livro do Bukowski (eu adoro e recomendo) e percebi o olhar da moça ao lado esticar até o mesmo, é um livro com uma quantidade razoável de palavrões e pensei que logo ela perderia o interesse, leve engano, de repente ela soltou um risinho (eu, a essa altura, já quase chorava de rir).
A moça desceu do ônibus, e eu, que só desceria no ponto final, continuei minha saga ao riso extremo, sentou um rapaz do meu lado, aparentava a mesma idade que eu, pouco mais ou pouco menos, e carregava uma Bíblia nas mãos. Não demorou muitas risadas para ele se interessar também e (claro) dar uma esticadinha de olhos no meu livro. Acho que não gostou muito, por que logo levantou e sentou do outro lado do bumba. Continuando minha viagem, que a essa altura parecia não ter fim, resolvi fechar o livro e cochilar um pouco. Quando acordei, percebi que o ônibus estava bem mais vazio, mas ainda havia apenas passado um pouco da metade do caminho (eu morava longe do trabalho e o trânsito em São Paulo na sexta feira é inacreditável),  pensei em voltar a ler, mas pensei de novo e resolvi ouvir o Papo de Craque (programa de esportes da rádio Transmérica), só que eu sou meio surdo, então aumentei bem o volume do fone, e quando eu percebi, o rapaz do lado estava até tapando o ouvido oposto pra tentar ouvir o programa (tudo bem que o programa é ótimo pra quem gosta de futebol), e quando mudei de rádio deu pra ouvi-lo estalar os dentes, como se fosse errado eu mudar a estação do MEU rádio. Passado o incidente do rádio voltei à leitura e o rapaz do lado também, li por volta de 4 páginas (a essa altura o ônibus já estava chegando próximo à minha casa e o terreno é um pouco acidentado), como o transporte coletivo de São Paulo é muito bom não consegui mais ler por causa do balanço e agora tinha que me concentrar em permanecer em cima do banco, será que ele ficou bravo porque fechei o livro? Fico imaginando, qualquer dia vou estar lendo um livro e quando virar a página a pessoa do meu lado vai pedir para eu voltar e esperar um pouco. Agora falando a verdade, quem nunca deu uma esticada de olho não é mesmo? Eu confesso, sou curioso e continuarei esticando o olho.
Só peço uma coisa, não me olhem com cara feia por que dou gargalhadas sozinho! Eu não sou louco.

domingo, 1 de agosto de 2010

Tudo é Retórica

Curioso é um ano de eleição, ainda mais quando temos de eleger o novo presidente da república. Ás vezes me pergunto qual a real diferença entre os políticos, não que eu seja um radicalista ou qualquer coisa do gênero, mas não consigo enxergar muitas diferenças mesmo.
Mais curioso que um ano eleitoral no Brasil, é o reflexo que tal acontecimento causa na sociedade de uma maneira geral, é algo que me irrita e me fascina ao mesmo tempo. Todos os jornais publicam pesquisas, enquetes, etc, etc, etc, mas para que? Não acredito que as campanhas (debates, propaganda, etc), por exemplo, mudem muito a idéia do brasileiro de quem escolher. Um exemplo muito claro disso é o nosso querido (ou nem tanto assim) Paulo Maluf, quando surgiram todas as acusações contra ele muitos continuram votando nele, afinal "Ele rouba, mas faz!" O que consigo entender disso é, "Não ligo se ele roubar, contanto que minha vida melhore."
Na verdade, quero expor aqui algo que muito me incomoda. Em todo lugar vejo comentário de alguns candidatos à presidência este ano, sempre contando histórias de uns 50 anos atrás, por que um foi guerrilheiro, o outro fugiu do Brasil e o terceiro é evangélico e pára durante o expediente para realizar cultos religiosos.
Amigos leitores, só tenho uma coisa para dizer sobre isso. QUERO QUE O PASSADO DELES EXPLODA. O que importa para mim  é, QUAL DELES REALMENTE ESTÁ QUALIFICADO PARA CONDUZIR O NOSSO PAÍS DE AGORA EM DIANTE? E continuar o bom trabalho que seus antecessores FHC e Lula, que embora sendo de partidos diferentes, fizeram muito por nós.
O importante é saber que nas campanhas tudo é retórica, e que na verdade o passado deles não diz muito sobre as pessoas que eles são agora.
Pessoal, pensem nisso e votem conscientes.

sábado, 31 de julho de 2010

Dignidade

Se existe algo que nunca dei muita atenção são pedintes de semáforo e afins, as vezes se o pedinte é uma criança até chega a dar um aperto no peito, mas quando você lembra que provavelmente a mãe dela está se protegendo do sol ou da chuva,o aperto passa. Vocês podem me chamar de insensível, insensato e muitas coisas mais, mas penso que se contirnuarmos "ajudando", a criança ficará ali até não ter mais possibilidade nenhuma de progredir. Bom isso tudo foi para introduzir um fato curioso que presenciei certa vez.
Estava dirigindo pelas ruas do bairro da Pompéia, Zona Oeste de São Paulo, tido como bairro de alto padrão, foi quando ao parar em um semáforo vi o que a princípio julguei ser uma criança, talvez adolescente, que se aproximava com um cartaz nas mãos, (confesso que tive dificuldade de conseguir ler,uma vez que estava sem meus óculos, sei que não deveria digirir sem óculos, mas estavam sujos e minha esposa estava limpando-os) no momento que ele entrou no meu limitado campo de visão pude, enfim, perceber que se tratava de um senhor de meia idade, provavelmente entre 35 e 40 anos e o cartaz dizia exatamente o seguinte.

"POR FAVOR, NÃO ESTOU PEDINDO DINHEIRO. ESTOU DESEMPREGADO HÀ 5 ANOS, TENHO MULHER E FILHOS, PEÇO APENAS UM EMPREGO. QUE DEUS TE AJUDE!"

Fiquei impresionado com a quase exatidão da gramática, ou seja esse cidadão não é analfabeto e nem vagabundo, naquele momento eu pensei que se eu tivesse um cargo de chefia ou fosse empresário contrataria aquele senhor, nem que fosse para empilhar caixas, afinal, ele tem mais vontade de trabalhar que muitos por aí. Eu sei que pode até ser um jeito de comover as pessoas, e se foi, funcionou comigo, mas imagino que seja uma pessoa muito boa e rezo para que Deus coloque algo em seu caminho.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

A primeira vez

Bom, esse é o primeiro post do meu blog, não sei necessariamente o que vai acontecer de agora em diante. Gostaria de agradecer quem passar por aqui de agora em diante e dizer que farei o meu melhor... rs rs rs
É engraçado, sinceramente ainda não sei quem irá se interessar por algumas de minhas opiniões, mas considero válida a tentativa.
Para falar a verdade, o que leva as pessoas a escreverem? Acho que essa é a minha principal busca, talvez paixão, ócio, motivos para escrever não faltam, no meu caso é mais curiosidade. Saber o que as pessoas acharão de meus contos, e se não gostarem a culpa é do Bukowsky.