domingo, 3 de julho de 2011

Mudanças

Mudar é bom, nem sempre ou talvez nunca é fácil, mas é muito bom. Algo essencial na vida e para a vida, já dizia Lavoisier: "Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma." Passamos por muitas mutações ao longo de nossa curta estadia no mundo, e às vezes me pergunto se um dia poderei me acomodar, talvez não, mas agora estou decidido a mudar novamente. No decorrer de meus quase 25 anos precisei tomar decisões importantes, que mudariam radicalmente minha vida, e sempre escolhi a mais difícil, talvez seja meu destino escolher os caminhos mais árduos, ou talvez seja apenas burrice, o fato é que, estamos em constante desenvolvimento, aprendendo, errando, acertando, mas normalmente não sabemos o que iremos nos tornar. 


Essa comuta constante me leva a loucura, penso que logo não serei mais eu. Tenho experimentado algumas transformações (ou seria transtornações?) e parece que perco um pouco da minha identidade, mas na verdade acredito apenas estar amadurecendo (algo comum na minha idade), e não me transmutando em um ser de outro mundo. Na verdade toda essa introdução foi para dizer que me demiti do meu emprego e estou iniciando em outro, com um medo danado de dar algo errado. Por outro lado, não acredito que possa acontecer tal coisa, afinal estou regressando à minha área (finanças) lugar do qual não deveria ter saído e apesar de estar muito contente por não precisar acordar às seis da manhã no domingo, estou saudoso do ambiente que abandonei.


Sentirei falta daquela turma me importunando, me chamando de fofo, tirando onda com o fato de eu ter um coelho, apesar de todos os pesares, isso era muito bom. Foi curioso a minha demissão, cheguei na loja no sábado pela manhã, participei da reunião matinal e tudo mais, era um dia de trabalho normal, só eu sabia o que estava por vir, mas depois de anunciar que a partir daquele momento, eu não era mais parte daquela equipe, percebi que não queria ir embora. Fiquei ainda por quase duas horas na loja, até que enfim criei coragem, subi no carro e parti para outra. Mudar é bom, mas não é fácil não. 

domingo, 15 de maio de 2011

Educação ou falta de...

Bom, primeiro de tudo, quero deixar claro que, a despeito do título, não falarei sobre política. Aconteceu-me algo que me fez lembrar de algumas situações engraçadas ou constrangedoras que achei que valeria a pena relatar. Tem tanto tempo que não escrevo nada que estou até receoso, para não dizer com medo. 


Quem nunca teve problemas relacionados à falta de educação alheia? Acho que a resposta para essa questão é: Absolutamente ninguém; o maior mal do mundo moderno não é o stress, é a falta de educação ou respeito, como preferirem. Aconteceu há alguns anos, eu ia até a casa da minha avó tocar violão com meu primo, era um belo domingo de sol, o tempo estava agradável, nem muito quente nem muito frio, se bem me lembro era outono próximo ao meio do ano, maio talvez junho. À época eu não tinha muito dinheiro e estava sem minha bike, então  caminhei até o terminal de ônibus para poder embarcar sentido à casa da minha avó. Sempre adorei caminhar e naquela manhã prazerosa me senti tão bem ao fazê-lo, porém, apesar de ser domingo passei um mal bocado, quando enfim cheguei ao ponto final, embarquei de imediato pois o ônibus encontrava-se prestes à partir e logo ao embarcar percebi que talvez fosse melhor esperar o próximo.


Como era domingo os coletivos têm um intervalo de tempo maior e eu estava com pressa (almoço de domingo na casa da avó não dá para perder), permaneci dentro do mesmo. à primeira vista o ônibus me pareceu abarrotado, simplesmente não havia como passar da roleta, só então percebi (depois de tomar um pouco de fôlego por precisar correr uns cinquenta metros e não perder a condução), que ele estava na verdade vazio, da roleta para trás, pois na frente me senti invadindo um asilo, só havia eu com menos de sessenta anos no ônibus, até o motorista e o cobrador eram de idade. Nunca tive nada contra idosos até esse dia fatídico, precisava passar a catraca, havia caminhado por cerca de trinta minutos com o violão nas costas, eu aguentaria a viagem, que dura por volta de uma hora numa boa, mas queria descansar as pernas. Cheguei ao primeiro dos distintos senhores e falei com exatas palavras - Bom dia, o senhor pode me dar licença? - no que prontamente fui retorquido com a seguinte afirmação - Murche a barriga que você passa! - eu no auge na minha juventude nem tinha barriga para murchar, segurei firme na alça da capa do violão e abri caminho em meio aos idosos que riam da resposta. Só lembro de sentir o violão sendo puxado para trás quando acertou a cabeça do senhor que me negou a passagem.


Não me orgulho disso, mas ele acabou com um dia que até então era muito bom. Outra situação irritante: Sexta-feira, você sai do trabalho cansado, agradecendo a Deus o final de semana que se avizinha, embarca no bumba, briga de tapas para conseguir um assento e quando acha que tudo acabará bem começa a ouvir: Ela sobe, ela senta, ela pula, ela gira - e outras obscenidades do funk que dois rapazes fazem questão de ouvir a todo volume no celular comprado em 124 parcelas num grande magazine. Sempre me pergunto o porque dessas pessoas fazerem questão de não usarem fones de ouvidos, mas eu me vinguei. Certa vez, passava pela situação descrita com um amigo fumante, eu não fumo mas fiz questão de acender um cigarro (sim dentro do busão lotado) e quando ordenado a apagar aquele instrumento de fedentina, argumentei o seguinte - Existem dois sinais na entrada do ônibus, um diz proibido fumar e o outro proibido o uso de aparelhos sonoros, apaguei o cigarro quando desligarem a música! - Não houve contra argumento e logo reinava a paz no coletivo, cigarro apagado e música desligada.


Esses são apenas dois relatos de muitos que eu poderia fazer, não vou nem citar agora quando me acidentei e precisei usar os locais de estacionamento reservado à pessoas com mobilidade reduzida, deixemos isso para outro dia.